quarta-feira, 31 de agosto de 2016

AnnaC retoma as imagens de infância


Da janela do seu quarto de infância, AnnaC retomou as imagens transportadas ao longo dos anos nas memórias que vem escondendo.

Um dia ..... Um dia será assim!

Fechei os olhos de pés apontados para um céu que lembrava o cheiro dela. Quis que meus olhos fechados desvendassem as linhas da sua silhueta, mas não ela continua sem aparecer .

Em vez disso assaltada fui pelos sons da tua voz , pelo vigor com que puxavas a água daquele poço e a transferias , para o lado, naquele que chamaríamos o tanque do poço. 

Sim porque não mais existiria um outro tanque.....






Com passadas fortes e rápidas AnnaC também busca noutros lugares os sentidos que em sem bosque encontrou


Algumas diferenças encontradas, por aqui apurou-se o odor de uma terra menos orgânica, mais ferrosa onde o correr da água acentuava o tom que a deposição dos sedimentos tinha deixado com o correr dos sois. 

Era já noite , mas AnnaC lembrava aquele dia....



AnnaC. lia e relia abstraindo-se daqueles afetos que eles evidenciavam. 

Afinal, ela sentia a falta dos movimentos que em suas mãos se iam acumulando.





Começa o dia com os ecos dos saltos no pátio, à mistura letras de música na moda sob notas dispersas, alças descaindo nos ombros, calções que desfraldavam a camisola e, um grito no fundo para que rapidamente se enfiassem as sandálias em pés descalço. 

AnnaC. celebrava mais um dia quente!



Anna C relembra os movimentos e emoções dos dias que ali passava! Risos e gargalhadas, companhia, estalidos e barulho que contrariavam a solidão. 



Risca.
Risca na terra, na areia e ladrilho, na parede ,no poço e na água do tanque, no banco de pedra, nas pedras da eira , no vidro da janela e da porta , nos vestígios da lenha ardida..... 



Risca à chuva e ao sol na sombra de pé, sentada , encostada ou não , de joelhos e também deitada! 
Risca, risca o que não interessa é que não risca.



 ... Ela , ela espera com ansiedade que o final do dia chegue! 
Suas mãos inquietam-se na saudade do toque do papel sobre o piar dos seus amigos.



Nas mãos o toque húmido dos seus dedos que escavam a areia depositada daquela onda que circula entre a força de uma corrente que depressa a devolve à infinidade do oceano.



Este afinal não é o seu espaço AnnaC.


Deve regressar a sua casa , lá onde as outras aves se encontram!



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