sábado, 30 de dezembro de 2017

Espelho meu, espelho meu….

Nestes dias alimento a esperança de ouvir palavras que soem puras e verdadeiras para todo sempre, não se tratando apenas de agradar no momento em que se julgam essenciais.
A verbalização é o desafio da conquista. A conquista de ser, ser aquilo que sempre se sonhou ter.
Ter não é ser de facto!
 Mas ser? Ser deverá significar a imagem de ter, ter bom senso, ter a credibilidade de tudo o que se é, é-o independentemente do que se tem.
Acerca da imagem que se quer conquistar, muitos são os espelhos que dependendo da sua posição a imagem irá sempre refletir o que se é.Simples exercício este, permitindo o reconhecimento da própria imagem e a agregação de outros elementos que determinam a compreensão de uma identidade, julgando-se com esta o domínio de tudo o que nos rodeia.

Porque o que nos rodeia é que nos dá essa identidade, escusando pensar numa sem outra, apesar de outros pensarem que em seu redor apenas interessa a sua imagem!


domingo, 13 de agosto de 2017

Sem Dono

Sem Dono
Naquele espaço que antevia o esforço que aquela subida, porventura iria exigir na tentativa de a galgar em passo de corrida sem hipótese para recuperar o fôlego algures no meio desta, avistei dois jovens javalis e logo atrás, adivinhar pela dimensão, sua mãe javali. Observei o sentido transportado no olhar daquele corpo grande, pesado de cor cinza escuro que esta mãe javali evidenciava, naquilo que se crê ser o sentido de “cuidar” da mãe para com as suas crias.
- Cuidado, diziam-me. Eles andam fugidos, com certeza vêm fugindo deste cenário incendiário que de repente se instalou aqui à volta. Não vês o céu ?!!
Continuando a conversa (porque este acontecimento fez-nos interromper a ideia de subir) acerca do estado dos incêndios, da fuga das crias e da constatação: Na verdade, nunca se viu tantos javalis como ultimamente, disseram-me até que se estavam a tornar numa “praga”, como ele ia avançando na conversa, eu recordava um trabalho que há cerca de 8 anos me haviam solicitado para a realização dos trabalhos de licenciamento de uma operação urbanística e candidatura a fundos comunitários de um espaço cuja a finalidade se destinava aos apoios para a atividade de “ Criação de javalis”. Naquela altura, lembro-me de ter questionado acerca de tal num entendimento do objeto a trabalhar que o arquiteto terá de fazer para prosseguir a sua função. Hoje, considero que este enquadramento foi aliás a razão que potenciou que esse exercício passasse a ser realizado por outro arquiteto que não eu.
Ora, há 8 anos, depositava-se no interesse de criar e reproduzir javalis, um objeto merecedor de início de atividade e inclusivamente elegível de incentivos comunitários, hoje é “praga”? !!!
Alonguei os meus pensamentos, enquanto continuava a minha corrida (se calhar numa perspetiva de atenuação do calor e esforço sentido àquela hora), e pensei ainda nos criadores de cães raça como puras máquinas de procriar animais de estimação (?!) com raça pura e bem trabalhada, reparem; um animal de estimação com marca e registo pedigree, produzidos pelos melhores criadores daquela raça!
Claro está que envolta nesta linha de pensamento surge aquele sentimento que habitualmente me agoniza assaltando a minha rotina diária, acerca dos animais abandonados, e agora …até com os terrenos abandonados, cujo dono muitas vezes não se conhece ou mesmo não existe, não se evidenciando formas cuidadas na sua existência. Este facto vem potenciando situações de crise em sociedade, situações de impotência na atuação das organizações associadas com objetivo de cuidar, ora de animais abandonados ora das “terras” como muitas vezes se apregoa como causa da calamidade de ocorrência de incêndios a que assistimos.
Na verdade, a minha memória rebusca a ideia de sempre ter existido animais sem dono; “ cão vadio” como diziam lá no lugar. Mas naquele lugar, naquela aldeia ou naquele bairro todos cuidavam do “cão vadio”. E naquele lugar todos cuidavam uns dos outros. Até, na altura da vindima esta era feita por todos, uma vez numa terra e outra vez , pelos mesmos, noutra terra. A ideia do abandono dotado de uma manifesta falta de vontade ou até receio em “ cuidar” não existia. Esta ideia atenuava a leviandade transportada no sentido de propriedade (talvez uma das áreas de direito mais antiga) pelas coisas, objetos. Repare-se que o direito social assistiu há poucos meses a uma mudança do enquadramento legal que protege os animais de estimação (alguns!), agora não são equiparados a objetos.
Pois é, “ Ninguém é de ninguém”; canta João pedro Pais….
Ouvir dizer: -A minha casa…., ou -O meu terreno…, ora este é o espaço que habito por um período de tempo, outros tempos virão e nela(e) habitará outro ser.


Curioso este sentido de propriedade que o ser humano ousa em apropriar, inclusivamente nas ações mais voluntariosas e humanitárias que a imagem passa em sociedade. Sobre tal, deixo apenas mais um episódio no contacto com um determinado “ser” (cão) abandonado, sem dono portanto, onde um responsável por uma associação de proteção de animais abandonados , referia que o mesmo não se encontrava na “ Nossa região… e portanto a Nossa associação não pode intervir”. Esta ideia constante de ouvir pronomes (indicando por si só falta de um nome ) ou ainda na forma determinada de posse que os Determinantes e Pronomes Possessivos que a gramática portuguesa nos ensina , transporta-me para a dúvida do direito de propriedade que vimos assistindo ao longo da história na base de conflitos de vizinhança dilacerando tudo o que neste Lugar existe. Este é de fato um lugar cheio que nos foi “emprestado”, apenas temos de cuidar. O que interessa se não tem dono!


   


sexta-feira, 11 de agosto de 2017

ann'imal Toys


Ann'imal Toys por AnnaC

AnnaC recria os personagens das suas ilustrações sob inspiração dos brinquedos de suas memórias.




Eles são agora brinquedos...

o Guarda rios , o Coelho e o Cavalinho de pau

  

  Brinquedos em CardBoard, cordão de algodão, tronco de madeira       (pinho), tinta acrílica. 


quarta-feira, 15 de março de 2017

Indizível a beleza do nascer.

Indizível a beleza impressionante que o momento de um nascimento carrega.
Observando a aproximação d'Eles junto do ventre de sua mãe, AnnaC vive um misto de sentidos sob a influência da espetacularidade da proteção de sua mãe perante a indefesa daqueles 6 seres acabados de nascer e a agonia ,perante o abandono, que qualquer ser revela.
Seu olhar receoso; no medo ao toque, na desconfiança de uma vez mais sofrer maus tratos.
Sozinha aquela mãe, recolhe-os sobre si, para que algo que possa alcançar a encontre como obstáculo, num gesto de defesa d´'Eles.







segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Exposição The Finissage, por AnnaC

Dia - 4

(...) Ana, conhecer-te é uma forma singular de amar, numa lágrima tanto mar,
 tanto mar. (...)

(...) Esta é aquela história. Aquela história onde a sensibilidade dita a autora(...)


)

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Exposição The Finissage, por AnnaC

Dia -5

(...) Sentia nas publicações das ilustrações que postavas a ideia de que vestias uma camisa justa que te apertava a vontade de saíres e ires para ali ter com tudo e com
todos.(...)

Hoje, aqui visitando a exposição, sinto alguma airosidade porque afinal são registos das tuas memórias (..) são de fato engraçadas muito próprias de uma criança perspicaz e atenta a todos os seres (...) 












segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

AnnaC sente a diferença!


Numa procura desenfreada pelo sentido e origem do "Estar", do "Ser" AnnaC , quer muito estar com todos mas Ser ?!
Ser , só ela sabe ser ....agora é assim!



AnnaC, sente mas não sente como Eles. AnnaC, quer muito, muito. Mas sua natureza não foi privilegiada com a natureza d'Eles.


AnnaC sente a diferença!






























AnnaC quer muito todos proteger!



... Porque ela sente que os deve proteger , que os deve levar para junto dela , que os deve juntar em torno do momento que há tanto aguarda.
AnnaC sonha que este momento...




Ensaiando o regresso a casa, não sem antes os preparar para aquilo que AnnaC pensa ser seu conforto!
Na verdade, é o seu conforto, porque será o conforto deles?


AnnaC , não se apercebe que continua em busca de seu Estar.
Seu conforto é conseguido com Eles em seu torno. Na verdade AnnaC é que anda em torno deles.
No aconchego! AnnaC gosta tanto deles....