annaC’uarentena|day 23
7 abril 2020
A queda do figo. O primeiro que
caiu da árvore sem sequer ser seu tempo ainda, este ano. Será com certeza um
dos muitos que se adivinham pelo porte da figueira!
O mel dos anjos e com este a
ideia do satírico romance de Camilo Castelo Branco: A queda de um anjo. No
momento de mudança também hoje assistido não só em Portugal, mas em todo o
universo, como Calisto aliás introduzia este romance mostrando no novo panorama
político numa preocupação do discurso liberal, quando também aí o assunto em si
e o mais importante seria a busca de melhorias para a população em oposição às
condições autoritárias até então vivida. Mas, a realidade havia conduzido à sua
queda numa procura incessante envolta em luxúria e em prazeres momentâneos na
esperança de com esta ter encontrado a felicidade.
Tal como o figo e Calisto muitos
serão os que mais à frente tentarão com certeza a sua queda!
Na validação da queda deste, as
assinaturas seguem com registos em forma de estampas e carimbos do interior
deste, realizadas com pigmentos naturais, continuando num entendimento e
sustento que a Humanidade irá lembrar.
Desenho 23-
A queda do Figo, assinatura por Inês com 3 anos
orientada pela Tia Avó.
Da ideia de uma assinatura marcando a era
de queda dos soberanos e modestos subalternos dos momentos históricos em
desafios relatados ou em vitórias triunfais apregoadas, como a natural queda de
um figo na sazonalidade do mesmo. Hoje, fora de tempo caiu, avistado apenas no
interior de casa. Da ideia de assinatura necessária para validação este momento
vivido, uma série de registos, manchas e estampas realizadas com pigmentos
naturais, como forma de entendimento na causa da queda fora de tempo. Hoje,
impressões das metades de um figo, desta vontade de entender as partes de um
todo.
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