annaC’uarentena|day 25
9 abril 2020
Uma rodela no universo, à qual fazemos nós parte?
Associando as rodelas como
frações de um todo, às frações habitáveis neste modo de vida vertical e
bidimensional, onde o estado de isolamento já se fazia notar, tornando-o, até
então, num símbolo de status social. “Privado”
era o acesso à cobertura ajardinada de seu prédio por um qualquer elevador,
permitindo também de modo exclusivo e ainda privado o acesso a um qualquer piso
ou fração flutuante sobre as ruas de uma cidade. Nas aldeias ou vilas, o acesso
privado por uma cancela ou portão ao interior de um logradouro particular na
esperança de se distanciar dos perigos que, enfim, fomos cultivando.
O estado de isolamento, de facto
há muito já existia. Há muito que, neste estado de isolamento, nos fomos
transformando em observadores ou voyeurs em vez de comunidade. Senão, e
curiosamente veja-se, o modo em como eram vividas as varandas de uma cidade;
por um lado, encerrando-a numa “marquise” e, portanto, deixando de existir, por
o seu uso ser feito de modo muito discreto sem ser notado pelo vizinho, que por
acaso nem o seu género conseguia identificar, ou por outro
lado tornando-a num “lugar dos fundos” invadido por pequenos monos cujo
o utilitarismo se veio demonstrar como pouco essencial não havendo lugar no
interior da casa, para tal.
Acredite-se, contudo, no poder
que a arquitetura tem em moldar comportamentos, e desta notar-se--ão os
vizinhos e as varandas, essas, deverão permitir um relacionamento, mesmo que à
distância, em comunidade. Atente-se neste momento vivido, aos concertos
espontâneos e arranjos musicais escutados destes camarotes em nossas casas.
Desenho 25-Nas rodelas de um Universo, assinatura por Inês com 3 anos orientada pela
Tia Avó.
Da ideia de uma assinatura das frações ou secções de um Todo e a sua
analogia com a vida vertical e bidimensional onde o estado de isolamento já
existia, tornando-o até um símbolo de “status “ social acabando por nos tornar
a todos voyeurs ou observadores em vez de comunidade. Para tal a analogia de
uma varanda em modo marquise e, portanto, deixando de o ser, ou no lugar dos
fundos da casa como depósito de modos que se vieram demonstrar não essenciais
para a vida da casa. Porém, a ideia de uma arquitetura modeladora de
territórios e, portanto, de comportamentos. Para validação do momento uma série
de registos, manchas e estampas realizadas com pigmentos naturais, das partes
seccionadas de uma laranja, desta vontade de entender as partes de um Todo.
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