annaC’uarentena|day 24
8 abril 2020
O medo numa casca de laranja!
Da
textura à acidez, inconfundível o tom forte de sua cor que deu o nome, cuja casca retirada
deixa inundar réstias nas unhas que a cravaram nos aromas sentidos ao longe.
Do medo, O grito, famosa
obra de Edward Munch, da primeira metade do século que passou, iniciando-se
assim um estilo expressionista. Com esta obra, a abordagem à solidão,
melancolia e ansiedade convertida em medo e em angústia do ser que grita. Porém,
não deixa de ser ao mesmo tempo também ele libertador na própria reação que o
grito revela no som que se faz ouvir, na apreensão que a expressão do rosto
provoca na paragem dos vultos ao fundo.
Também a força que nossos rostos
fazem para descascar a sua casca, por entre salpicos de azedo e deslumbres
aromáticos associados à figura de seus gomos, acentuam o receio de
degustar algo sem a doçura própria de quem se delicia na frescura de um líquido
em forma de sumo.
A assinatura segue com registos
em forma de estampas e carimbos da textura de uma pele ou casca q a envolve; a laranja protegida, quer no solo ou ainda em sua árvore. E no interior de casca
continuará o enigmático entendimento e sustento que a Humanidade irá
lembrar.
Desenho 24_ O medo numa casca de laranja, assinatura por Inês com 3 anos orientada pela
Tia Avó.
Da ideia de uma assinatura marcada na
impressão das texturas irregulares de uma casca de laranja, em analogia à
expressão do rosto e da falta de exatidão de seus olhos nas órbitas oculares da
obra de Munch, O Grito, apelando ao medo e à angústia de solidão. Da necessidade de algo que nos proteja, que nos
envolva, como uma laranja protegida, quer no solo ou ainda em sua árvore, no
interior de casca continuando num enigmático entendimento e sustento que a
Humanidade irá lembrar. Hoje, impressões da casca
de uma laranja.
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