terça-feira, 17 de março de 2020



annaC’uarentena|day 2
17 março 2020

Num “ensaio de lucidez” fica o desespero de controlo, a ansiedade de declaração de normas de emergência que regulem as rotinas de um coletivo a que o Estado garantiu o direito de bem estar e qualidade social encaminhada na natureza social humana e que agora de forma antagónica se vê emanada no delírio do distanciamento, na escapatória ideal de garantir a sobrevivência individual e consequentemente a dos avós, do vizinho, da cidade, do país e do mundo. Na responsabilidade do conhecido desconhecido e negação num mundo silenciado, inclinam-se as janelas e cantam-se músicas de força e serenatas de esperança nos lugares privilegiados das casas de cada um: as varandas. Nestas, consciencializam-se figuras de vizinhança atravessadas por breves planos de parede, baixos gradeamentos que sempre ali se viram mas nunca se ouviam.
A multidão que caracterizava os lugares ancestrais, grandes vencedores da história, agora estão incompletos, de escala incerta sem um elemento que permita evidenciar a proporcionalidade que o desenho inspirou. 
Aparentemente, também os pombos e as gaivotas se mudaram!



Desenho 2_ Uma casa em funcionamento, a ideia de uma chaminé a deitar calor símbolo do amor em família ( António, 5 anos)

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