Escute-se a água cair lá fora,
não, não está a chover! Apesar de inverno, aquela antiga e caducifólia figueira
anunciava a chegada da primavera, e o ralo do duche na varanda amenizava o
final de tarde quente.
Atente-se, ao rufar de asas
que ali havia de pousar. Da sua presença apenas seus olhos escuros e bico
amarelo, segurando uma das suas presas, antevia a entrada do velho buraco no Quercus,
perto da antiga figueira. Deixe-se na sua quietude e recolha-se no interior de
seu ninho também.
De olhos para o teto a
expetativa da queda da lua pelo toque das vinte horas soando lá fora. Ao lado,
uma parede de acontecimentos e memórias expostos como leves pousares de suas
garras negras e leve semicerrar de olhos. Os estalidos da lenha vocalizam com o
grito noturno da destemida coruja-do-mato, na proteção do seu ninho e suas
crias.
- Sim, as crias estão no
ninho!
❤️
ResponderEliminar;)))
Eliminar