sexta-feira, 13 de março de 2020

annAC'erca de...


Escute-se a água cair lá fora, não, não está a chover! Apesar de inverno, aquela antiga e caducifólia figueira anunciava a chegada da primavera, e o ralo do duche na varanda amenizava o final de tarde quente.
Atente-se, ao rufar de asas que ali havia de pousar. Da sua presença apenas seus olhos escuros e bico amarelo, segurando uma das suas presas, antevia a entrada do velho buraco no Quercus, perto da antiga figueira. Deixe-se na sua quietude e recolha-se no interior de seu ninho também.
De olhos para o teto a expetativa da queda da lua pelo toque das vinte horas soando lá fora. Ao lado, uma parede de acontecimentos e memórias expostos como leves pousares de suas garras negras e leve semicerrar de olhos. Os estalidos da lenha vocalizam com o grito noturno da destemida coruja-do-mato, na proteção do seu ninho e suas crias.
- Sim, as crias estão no ninho!  







2 comentários: