domingo, 22 de março de 2020


annaC’uarentena|day 7
22 março 2020

Erguendo-se, próximo às paredes avistam-se vãos de janela e portas de acesso ao exterior dos balcões das varandas, os acessos por escadarias que tentam mobilizar o nosso ânimo ainda que desprovidas de corrimãos antevendo o limiar infinito da nossa passada seguinte sob o conjunto de degraus sem um fim imprevisível.


Deste cenário, as imagens das gravuras de Piranesi criadas completamente no delírio de uma febre: as prisões imaginárias. Estas visões representam prisões fictícias onde figuram enormes túneis subterrâneos, escadarias e máquinas de grandes dimensões e destroços da labuta diária que por ali ficam no registo de uma água-forte, técnica de representação que permitiu acentuar um maior espírito de angústia evidenciada nas sombras e esbatidos. São estruturas labirínticas de dimensões épicas, mas aparentemente sem significado ou vazias de propósito. São atmosferas imaginativas como aquelas que agora vamos construindo.
Com o tempo, se constrói e reconstrói o sentido da “ordem” do espaço , ora casa, essa majestosa edificação, de uma atmosfera dotada de significado figurativo do nosso “porto de abrigo”, da nossa proteção mas também da nossa criação originalmente feita de gerações que os laços familiares foram fazendo nascer e que até há bem pouco víamos desaparecer. A “casa” é agora um sentimento, muito individual, retratado no passado como solução para o presente e sem planos para o futuro.



Desenho 7_ Interpretação da nova casa, por Iris com 6 anos. 
A ideia do novo conceito de casa , de lar não só como um espaço mas sim como um sentimento muito individual.

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